Em uma fração de poucos episódios, V foi de grande aposta dramática da ABC à uma série trash que hoje amamos odiar. É inegável que a série é muitas vezes previsivel, os efeitos são toscos, a direção é datada, entre outros defeitos. Se o telespectador leva V a sério demais somente lhe resta escolher outra série para assistir, aos outros resta encarar o programa como um bom “guilty plesure”. V é uma série no novo século mas que tem a cara e a inocência dos anos 80, direto de onde saiu sua versão original.
Os Visitantes já estreiam sua segunda temporada na sombra de um provável cancelamento, mas devo dizer que o programa fez uma season premiere competente dentro de seus próprios padrões. A “Red Rain” do título desencadeou toda a trama deste começo de temporada, no entanto, a tal chuva já foi em boa parte desmistificada neste episódio. O caos e o rompimento nas relações com os Visitantes ocasionados pelo medo da chuva vermelha logo foram cessados com a exposição de sua inexata finalidade, o que acalmou os ânimos e colocou a série mais uma vez de volta no carater micro dessa história, focado nos dilemas de seus personagens e fora de uma possível abordagem macro das consequências de tal ação alienigena, tomando um caminho do roteiro que desagrada a muita gente.
A atriz brasileira Morena Baccarin continua sendo o melhor do seriado, tornando a sua vilã Anna ainda mais ameaçadora, seja retirando a pele de um capitão de uma das naves por sí mesma, seja matando os únicos soldados sobreviventes que ela havia gerado e que foram os responsáveis por desencadear o seu ataque emocional no final da primeira temporada. Ao manter o bebê híbrido de Ryan na nave-mãe, a líder dos V’s nos dá mais outra idéia de que seus planos estão diretamente ligados a reprodução de seu povo. A chuva vermelha entra nesse aspecto de preparar a Terra para tal objetivo que parece fundamental ainda mesmo que Anna seja capaz de disseminar milhares de ovos de uma única vez como já vimos na série. No mais, a vilã ainda mantém a sua mãe (Jane Badler, a Diana da série original) aprisionada na nave, o que pode render uma boa trama. V não poderia ser mais trash ao mostrar a personagem saindo de um casulo toda bem vestida e de salto alto.
A resistência passou de 4 para 6 membros, o que já é alguma coisa. O jornalista Chad Decker finalmente se juntou à Quinta Coluna para agir como uma espécie de informante dentro da nave-mãe. Ao seu lado, temos adicionado o jovem cientista Sid, que tem sua vida ameaçada por um nem um pouco discreto Visitante rastreador, devido este ser conhecedor da verdadeira forma corporal dos V’s, da qual tivemos um aperitivo. O que já desconfiava e foi interessante descobrir foi que Erica pode ter sido vítima de experiências dos Visitantes em sua gravidez de Tyler. O jovem, que aparentemente pode ter sido o primeiro híbrido antes do bebê de Val e Ryan, continua sendo alvo do interesse de Anna, que orienta Lisa a se envolver ainda mais com o rapaz.
Por fim, Joshua voltou a vida sem nenhuma memória da Quinta Coluna, o que por um lado é muito ruim, já que ele, a priori, não é mais um aliado dentro da nave-mãe. E a lealdade de Ryan é posta em dúvida devido a Anna ter em seu poder sua filha para usar como moeda de troca, o que pode força-lo um dia a tomar uma decisão desfavorável para a resistência. A estréia da segunda temporada foi dentro da média do que a série já havia apresentado em sua primeira temporada. Para a decepção de muitos, a série não mudou completamente de rumo, muito menos de identidade. Com algumas novidades, uma trama ágil, revelações, a negação de seguir uma história de maiores proporções e mesmo dentre suas inúmeras falhas, V continua a nos entreter de uma maneira muito estranha ao meio de outras séries mais pretenciosas e de mais qualidade hoje em dia na TV.
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